segunda-feira, abril 24, 2006

Amigos

Todos nós temos amigos, uns em maior quantidade, outros em menor, uns em qualidade mais elevada, outros em qualidade reduzida. Hoje apeteceu-me prestar uma homenagem a eles. Eu não sou do tipo de pessoa de manifestar os meus sentimentos, acho que as pessoas conseguem ler nas entrelinhas, e no que diz respeito aos meus amigos penso que chegou a hora de lhes agradecer. Não vou individualizar para não ferir susceptibilidades, mas vocês sabem quem são.
Corro o risco de cair numa "clichetzada", mas o facto é que quando eu preciso de vocês, nunca falham, tenho um orgulho enorme e agradeço-vos sinceramente, se eu tenho algo de especial na minha pessoa, em grande parte é derivado a vocês. Hoje estou-me aqui a expor um bocado, mas é merecido. É muito raro na minha vida eu usar a palavra que vou usar a seguir, mas a verdade é que gosto muito de vocês, obrigado. xonaa cavalooo

segunda-feira, março 20, 2006

Até já

Hoje vou escrever qualquer coisa que mais uma vez ao reflectir sobre isso, se integra naquilo que sou, um paradoxo. Dei mim por mim hoje atacado nostalgicamente pela santa terrinha da minha mãe, onde passo férias desde a mais tenra idade, o seu nome é Muxagata (hilariante quiçá), perto de Vila Nova de Foz Côa. Eu sempre vivi entre Massamá (que detesto morbidamente) e Lisboa (FCSH e noitadas). Sempre que lá vou passar as ditas férias, sejam do Verão ou do Natal, são "apenas" sempre 3 ou 4 dias. A sensação de sair do caos urbano por uns dias é sem dúvida uma experiência gratificante, rever o rudimentar, casas de pedra, o ar puro que se respira, a cordialidade e a simpatia com que cada pessoa por quem passas te aborda ou te olha, o poder deixares o carro por trancar com o rádio lá dentro sem o mínimo risco, o desanúvio das pressões citadinas, etc,etc. Tudo isto é deleitável, mas ao fim dos tais 3 ou 4 dias, encontro-me completamente entediado, quero voltar depressa para Massamá que tanto detesto e para a anomia da urbe. Há coisas que só uma grande cidade nos pode oferecer. No entanto, não deixo de reflectir, e quando olho para o meu futuro, tento vislumbrar um equilíbrio, algo que me situe entre a impessoalidade da cidade e o afrouxamento do campo.

quinta-feira, março 16, 2006

E vai mais um

Às vezes pergunto-me se a maioria dos namoros existem porque de facto as pessoas gostam realmente umas das outras, ou se é uma carência imperativa que as impele para relacionamentos arrastados e fastidiosos, mas que dão alguma segurança e o tal afecto. É óbvio que não posso retirar conclusões objectivas de todos os namoros que vou observando curiosamente. Parte mais da minha presunção reflexiva, do que de provas irrefutáveis ou conclusivas, mas observo um tal desfasamento entre as várias relações que me vão passando à frente dos olhos, que não resisto. Claro que cada simbiose amorosa tem a sua própria maneira de expressar a sua relação e de estar perante os outros muita própria, talvez até de um modo mais tímido, mas como eu tenho a mania que sou um excelente intérprete de sinais, vou continuar a opinar. Vou pegar em extremos para me fazer entender. Ora vejo relações em que as pessoas se dão espectacularmente bem, que só de falar no/a seu companheiro/a os olhos brilham naturalmente, etc etc, ora vejo outros exemplos, em que as pessoas mal dialogam, limitam-se aos beijos, os carinhos parecem frios, o brilho no olhar não existe. Queria dizer uma coisa pelo meio, para elucidar um pouco eventuais pessoas que notem alguma ingenuidade no meu post, eu como nunca amei, e como namorei poucas vezes e com pouca duração, não sou propriamente um "expert" empírico no assunto, daí talvez alguma inocência. Ás vezes fico com a sensação e com a certeza que existem muitos jovens que simplesmente não conseguem viver temporariamente só com os amigos, que um mês ou dois sem namorado/a se torna logo numa agonia profunda e isso pode levar a namoros precipitados e mascarados. Um dia, num programa literário na tv, um sexólogo falava acerca do livro que tinha publicado, que vinha em forma de ficção, mas que continha nela, várias teorias da sua experiência de muitos anos com pacientes. Ele dizia algo do género "uma das razões que eu aponto para uma taxa actual elevada de divórcios, segundo a minha experiência, enquanto sexólogo e conselheiro matrimonial, reside no facto de desde os jovens até aos adultos existir uma conformação na obtenção do amor. Uma boa parte das pessoas, não procura o amor extasiante, profundo e sentido (simbolizado no "amor da vida"). O medo de ficarem sozinhas, temporariamente ou para sempre, precipita-as para relações não tão satisfatórias, que cumprem requisitos mínimos e com alta probabilidade problemática e de fracasso a longo prazo". Pronto, eu inventei um bocado, mas basicamente era isto que ele dizia, isto já aconteceu há uns 5 anos. Eu de certa forma concordo com isto, quando vou observando os tais namoros. Não digo que aconteça isto em todos, nem na maioria, mas acontece em muitos. É claro que é preciso perceber, observar e ser presunçoso como eu o estou a ser, mas também é claro que as pessoas dificilmente admitirão que o namoro é um redondo fracasso e que só estão com a outra pessoa, porque têm um terrível medo de estarem sozinhas, ou de ficarem sem afecto ou sexo e que não conseguem arranjar mais ninguém. As minhas palavras são : lutem sempre pelo melhor possível para vocês próprios, a vida é curta, não digo que seja bela, mas pode ser bela e há que arriscar. o7

Eu nil


São 4 da manhã, hoje dormi 3 horas, passei uma tarde inteira na esplanada da FCSH sem fazer um cu e encontro-me com mortificantes insónias. Sinto-me surpreendentemente desperto (e infelizmente) e resolvi vir postar qualquer coisita, por mais desinteressante ou devaneante que se torne. Viajo por uma reflexão recorrente, obsessiva até. A estética nos jovens de hoje, o impacto que isso tem em mim e a influência que tem nos outros. Surgem-me os antagonismos psique, essência e personalidade versus físico e aparente. Gostava de um dia conversar a sós com variadas pessoas, e perguntar-lhes, se, tornados estes dois campos conceptuais estanques e dividos em dois, qual deles achariam mais importante. A resposta poderia ser dada em percentagem, pois seria mais elucidativo. Essa dúvida assalta-me. Cada vez mais penso, não sei se erroneamente, que a parte estética ganha uma força maior. Arrepia-me de pensar que me estarei a tornar numa pessoa assim, mas sinto um pouco isso. Claro que nunca me imaginaria a namorar com uma rapariga muito gira e "bué" desinteressante. Mas cada vez mais, só as mesmo giras (físico/estilo) é que fazem mexer comigo mais que uns simples dias. Não sei que força é esta que me modifica, se a força dos media, onde se nota a presença constante de uma valorização física latente ou patente, no mais incompatível anúncio publicitário, na escolha de actores para telenovelas, até nas apresentadoras de telejornais; se é uma força social multifacetada constrangedora partindo do círculos de pessoas com quem convivemos, adiante. É cada dia que passa mais evidente, que a imagem tem uma força poderosíssima seja ela qual for o campo da vida. Entristetece-me um pouco, mas faço parte disso, também eu luto todos os dias para ser competitivo no mundo da formosura.

quarta-feira, março 08, 2006

Aceno

Olá eu sou o Muralhas e vou postar com o nome de Paradoxo. Este blog partiu de iniciativa conjunta Narrador/Paradoxo (do Daniel também, mas ainda não apareceu cá), e em breve poderemos ter mais participantes. Pretende-se produzir aqui um espaço de qualidade, em que nos possamos divertir e recrear despretensiosamente. Não pretendo balizar o que aqui vamos "postar", mas num mero exercício elucidativo, derivaremos algures entre a reflexão, a imaginação, a criação literária, a crítica, a denúncia, a declaração, a discussão e a constatação. Somos apenas um bando de jovens que curte dar uns toques na escrita, que gosta de pensar e de interagir e essencialmente de se divertir. Pessoalmente, penso que a "palavra" é sinónimo de diversão, seja ela lida, escrita ou falada. Ou seja, a sinopse deste blog será o prazer, isto a um nível pessoal. Termino, dizendo que quem se enquadrar neste espírito pode falar connosco para participar na criação de posts.